sexta-feira, 13 de março de 2009

A liberdade rebelde de te amar

Silencio alguns pensamentos mais obscuros que de quando em quando acariciam e envolvem as minhas emoções, em abraços fortes mas violentos, caricias maliciosas de quem me pretende ver voar entre tempestades de casos pensados, de alguns momentos adiados e de futuros a realizar na perfeição. Repenso e interrompo o silencio e procuro-te em locais obscuros, coloco longe o meu olhar por entre peões cintilantes, gente que se move em círculos nocturnos e que ousa entoar melodias que ecoam em estrelas cintilantes, e luares de noites quentes de Agosto. É em noites assim, húmidas e de um calor intenso que nos absorvem as palavras, em que os meus pensamentos mais censuráveis brotam e fazem alarde, é nesses pequenos mas intensos momentos que os nossos corpos navegam determinados e se acariciam, misturando silêncios com sons, espasmos com caricias a um ritmo alucinante, constante e latejante. Ás vezes tento fugir desses momentos intensos, mas sempre que o faço levo-te comigo, e aperto-te contra mim, coração precipitado, por vezes irreflectido, em emoções que emergem e se pacificam entre sorrisos e gestos rebeldes. Estamos vivos, equilibrados nos gestos e nas palavras, dançamos entre sorrisos que o amor fez crescer, e entre ideias que o tempo fez consolidar. Lágrimas, sorrisos, acenos, emoções, relatos de vidas conjuntas e quotidianos efémeros amontoam-se em pequenos grandes instantes que perduram através dos anos, entre promessas quebradas e gestos levianos, entre a compostura da humildade e a liberdade rebelde de te amar.

2 comentários:

mundo azul disse...

Um belo e ardoroso texto!

Gostei de encontra-la aqui, Vanda...


Beijos no coração!!!

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Manuela Curado disse...

Li e reli.
Muito bom, mas forte para uma sexagenária. Tenho de cuidar do coração...
Simplesmente... maravilhoso.