domingo, 9 de março de 2008

"26 de Fevereiro de 1988"

O Saxofone enche-me de harmonia e junta-se na minha memória com imensos sons que ao longo dos tempos me acompanham e me têm sonorizado a vida. Há sons que marcam a vida das pessoas, de uma forma ou de outra, positiva ou negativamente, eu pessoalmente lembro-me um de que é significativo e importante para a minha vida. Foi ouvido apenas por um reduzido número de pessoas, apenas uns quantos privilegiados que comigo ouviram ecoar por uma sala despida de luxos e quem sabe também de preconceitos, um som mágico e curto, apenas uma silaba. Sim.
Já lá vão 20 anos, e penitencio-me por ter deixado passar essa data em branco neste meu espaço de desabafo, mas mais vale tarde do que nunca. "26 de Fevereiro de 1988" .
Pela segunda vez na minha vida, pelas duas da tarde digo sim, sim Laura aceito-te como minha esposa na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe. Acho que foi isto, também já lá vai um tempo por isso desculpem-me se há aqui algum desvio de português.
Estas palavras servem apenas para em consciência te agradecer por todos estes anos de carinho e amor que me tens dedicado, ao quais eu tenho sempre tentado corresponder, se calhar nem sempre da melhor forma, mas tu sabes que hoje, 20 anos depois continuo a vibrar contigo como no primeiro dia.
Espero que este som de Saxofone que me acompanha a escrever este texto, do grandioso "Chris Botti - Night Sessions" continue a ser importante, mas não tanto como outros que vamos trocando entre nós, algumas vezes até em silêncios entendidos e gestos esperados e até ansiados.
A ti minha querida Laura, amor da minha vida, publicamente ou Globalmente aliás, porque é de Globalização que estamos a falar, que reafirmo que te amo muito e que te quero cada vez mais, mesmo quando és uma chata do raio.
Adoro-te

sábado, 8 de março de 2008

Denúncia

Gostava de dedicar neste meu espaço de escrita e de pensamento, ás vezes até de refúgio, umas linhas sobre o Jornal " O PRIMEIRO DE JANEIRO".
Este vosso amigo, decidiu em Janeiro mudar de emprego, por razões que para o caso não interessam, tomou essa decisão, e toca de responder a anúncios. Fui chamado para 3 entrevistas ao referido Jornal, onde me apresentaram uma proposta muito interessante, quer do ponto de vista profissional quer do ponto de vista financeiro, como convinha claro. Há terceira entrevista, foi-me informado que o Jornal queria contar com a minha colaboração, e eu claro fiquei contente, pois como já referi, a proposta era muito interessante.
Inicio de Fevereiro lá fui eu todo entusiasmado para começar a bulir e a fazer pela vidinha, mas o entusiasmo desapareceu depressa. Ao segundo dia em vez de um contrato de trabalho com um período experimental que eu sabia me iriam apresentar, foi-me dado um Contrato de prestação de serviços para assinar que me obrigaria a colectar-me nas Finanças para a apresentação de recibos verdes. Recusei de imediato fazer essa colecta nas finanças, quando para meu espanto, me dizem que aquilo é apenas um pró-forma, que não precisava de recibos nenhuns, apenas teria que arranjar Facturas de qualquer coisas para receber o Vencimento e Comissões !!! Como calculam o meu entusiasmo desaparece de imediato ao segundo dia.
Depois conversa puxa conversa com outros colegas, fico a saber que se quiser trabalhar, teria de pagar do meu bolso todas as despesas inerentes e esperar pelo dia 20 do mês seguinte para as recuperar.
Que por exemplo se um dia me atrasasse para alem das 9.30 da manhã me seria descontado o dia de trabalho, mas que teria de lá ficar à mesma, pois se entendesse que uma vez que me descontavam o dia poderia ir-me embora, não o deveria fazer, pois no dia seguinte não me deixariam entrar de novo.
Que no Jornal " O Primeiro de Janeiro" apenas se paga quando calha, não há dia certo, e que com as novas tecnologias, o pagamento é feito com depósito em cheque na conta de cada um de nós, obrigando a ficar ainda mais 2 ou 3 dias à espera do dinheiro, por exemplo hoje domingo 9 de Março o meu dinheiro continua indisponível.
Que no Jornal ninguém têm contratos, os Jornalista recebem uns míseros 500€ de ordenado, e se acotovelam em secretárias minúsculas ou em pé à espera de um computador livre para trabalharem e que vivem num medo constante de serem despedidos por dá cá aquela palha, e como não têm direitos nenhuns, porque até dificilmente conseguem provar que lá trabalhavam....
Que para cerca de 30 comerciais, apenas existe um computador, que na rua se precisarmos de ligar a um cliente teremos de o fazer à nossa custa do nosso telefone pessoal, que o desgaste do carro pessoal em trabalho é da nossa conta, que não se paga segurança social, irs, enfim uma vigariçe pegada, a que parece ninguém ligar.
O chefe da área comercial assina documento para enviar aos clientes em que afirma que o Jornal têm uma tiragem de 50.000 exemplares e 25.000 Assinantes diários, e o próprio Jornal imprime tiragens médias de 20.000 exemplares, mas já me garantiram que a tiragem não é mais de 3.000 Jornais.

Por tudo isto, tenho a obrigação de denunciar a situação, e comecei a fazê-lo na quinta feira quando decidi não trabalhar lá nem mais um dia. As próximas denuncias serão encaminhadas para as autoridades competentes, porque não podem uns pagar impostos e outros andarem a roubar-nos, e depois a culpa é do Sócrates.

Se quiserem ler um Jornal têm muito por onde escolher, mas esqueçam O Primeiro de Janeiro.



Falta de Ar

Sempre que um som novo nos invade a memória, apercebemos-nos de que algo para além da nossa vidinha chata e monótona continua a ter vida própria e a alimentar os sonhos, a imaginação, quem sabe a nossa própria existência. Não me refiro a sons musicais, falo de algo que vai muito para além de uma pauta de musica, de um tom emanado de um qualquer Saxofone. São sons que interferem com os nossos dias, atitudes que tomamos, gente por quem nos cruzamos, simples barulhos de um qualquer papel a cair no chão.
A vivência ou a convivência dos dias de hoje, está cheia de sons maus, papeis caídos, e gente nefasta que vive para superar o parceiro, que se alimente da intriga tentando sugar o pouco ar que ainda vamos tendo para viver. Quais vampiros sempre prontos a dar a última dentada.
Já não há respeito pelos direitos mais elementares a que cada um de nós nos é concedido pela Constituição da República, um documento importante supostamente para ser respeitado.
Mente-se como se respira, brinca-se com a vida das pessoas. Nas empresas o atropelo pelos mais elementares direitos são completamente esquecidos, fazem-se promessas, traçam-se objectivos, pensa-se o futuro, e quando nos apercebemos que fomos enganados é tarde.
E quando assim acontece, pouco ou nada há a fazer. Quem mente, quem omite a realidade que se irá encontrar, para esses o poleiro está garantido e enquanto ninguém fizer nada para alterar esta situação, continuaremos a ouvir maus sons, daqueles que não queríamos mesmo ter de ouvir.E aí falta-nos o ar, na verdadeira acepção da palavra.